Já vimos diferentes relatos de utilizadores do Apple Watch a contar como o dispositivo salvou as suas vidas em algum momento crítico. Mas agora, alguns médicos estão, de facto, a recomendar a utilização dos smartwatches Apples como auxílio no diagnóstico e na monitorização de condições como doenças cardíacas e processos de recuperação pós-cirúrgicos.
Numa entrevista ao CBS News, Rod Passman, cardiologista e professor de medicina na Northwestern Medicine, destacou que a utilização de smartwatches como o Apple Watch pode ter "muitos benefícios para a saúde".
"Ele capacita os pacientes a se envolverem nos seus cuidados de saúde. Ele permite que eles entendam que escolhas do estilo de vida podem impactar na sua saúde. E da minha perspetiva, ele permite-me monitorizar os meus pacientes a longo prazo, remotamente, não importa onde eles estejam no mundo, para entender o que está a acontecer com o seu ritmo cardíaco, simplesmente fazendo um ECG do próprio relógio", disse Passman à CBS News.
É importante destacar que a utilização do Apple Watch não substitui nenhum dos demais exames necessários para um diagnóstico ou os cuidados fundamentais num período pós-operatório. Mas o dispositivo tem tornado-se num aliado importante como ferramenta auxiliar.
"Eu acho que esta é uma ferramenta muito poderosa, e muitos de nós a estamos a usar, não apenas para diagnosticar doenças, mas talvez até mesmo para controlar doenças como ritmo anormal", exemplificou o médico.
Médico estudou a utilização dos smartwatches para personalizar o atendimento
Atualmente, Passman lidera um estudo financiado pelo Instituto Nacional de Saúde que busca compreender se os smartwatches podem ser utilizados para personalizar o atendimento de pessoas com ritmos cardíacos anormais.
"Sempre queremos obter confirmação de grau médico antes de embarcar em qualquer tratamento. No entanto, entendemos que esta é uma ferramenta bastante precisa para detetar ritmos anormais, e certamente o ECG que é feito, quando interpretado por um médico habilidoso, pode ser incrivelmente poderoso", disse ele.
Para o médico, a utilização do smartwatch pode até mudar o curso do tratamento, se confirmada a sua eficácia na monitorização dos dados do paciente.
"Em vez do paciente tomar o seu anticoagulante, por exemplo, 12 meses por ano, talvez o relógio possa ajudar a orientar quando ele precisa tomar o anticoagulante para que ele possa receber os benefícios do medicamento e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos", explicou.
Vale destacar que Passman não se limita a indicar o Apple Watch. Dispositivos com benefícios e funcionalidades similares - como
relógios da Samsung, Fitbit e Kardia - também estão entre as indicações do médico.
"Eu realmente incentivo os meus pacientes a obter um dispositivo que seja compatível com o telemóvel que eles têm, compatível com as suas limitações de custo. As opções só vão expandir-se para mais dispositivos, mais anéis, mais wearables e talvez mais compatíveis com outras plataformas também", afirmou.
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